quinta-feira, 1 de março de 2012

OAB E SINDICATO ACUSAM GOVERNO DE DESCASO COM A CADEIA DE SARANDI

O Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), querem pressionar o Governo do Estado e o Tribunal de Justiça a tomarem uma atitude para solucionar o problema da cadeia pública de Sarandi. Desde dezembro de 2011, 23 presos, seis servidores e dois funcionários do Fórum foram contaminados com tuberculose devido às precárias condições de higiene do local, onde estão mais de 120 detentos.
Uma manifestação foi realizada, na manhã desta quinta-feira (1) para cobrar medidas mais efetivas. "Autoridades já vieram aqui, olharam, removeram alguns presos, mas nada de concreto foi realizado para solucionar o caso. É necessário esvaziar a cadeia, tirar os presos e os funcionários para fazer uma desinfecção total e realizar reformas no prédio. Sarandi está à margem. O governo não faz nada de efetivo, o interior está a Deus dará", fala o representante da OAB em Sarandi, Hugo Tetto Júnior.
Conforme o presidente do Sindipol, Ademilson Alves da Silva, a Vigilância Sanitária fez uma documentação recomendando a interdição total da cadeia. "Vamos encaminhá-la para juízes e promotores e pressionar. Não há possibilidade de receber mais presos e atender a população nessas condições", afirma.
Conforme Júnior, a OAB de Curitiba também irá fazer a recomendação e pretende, em breve, marcar uma reunião com o Governo do Estado e Tribunal de Justiça, para cobrar medidas efetivas. "Em 2011 nós entramos com um pedido de interdição da cadeia, mas até agora o caso não foi julgado pelo TJ. Vamos cobrar que a interdição seja realizada", disse.
Mesmo com vários casos confirmados de tuberculose entre funcionários e dententos, a delegacia de Sarandi continua recebendo presos e atendendo a população. Somente as visitas aos presos foram suspensas.

Audiências suspensas

As audiências dos presos detidos na cadeia de Sarandi foram canceladas no Fórum, por conta do perigo de contágio. A suspensão acontece por tempo indeterminado. Elas só ocorrerão quando o advogado dispensar a presença do réu. As demais audiências estão ocorrendo normalmente.
Segundo uma funcionário, que não quis se identificar, nenhum funcionário do Fórum foi contaminado pela doença.

Perigo para a comunidade

As visitas aos presos foram suspensas na cadeia de Sarandi. Conforme o representante da OAB, o foco de tuberculose representa um perigo para toda a população. "Os parentes e amigos podem ser contaminados e levar a doença para fora da cadeia, por isso esse contágio representa um perigo para toda a comunidade", alerta Júnior.
Para a delegada do Sindpol em Maringá, Zorá Nepomuceno, a manifestação foi importante para alertar a comunidade. "A população de Sarandi deve conhecer o risco que corre ao comparecer no cartório ou registrar boletim de ocorrência", diz.
Para o presidente do Sindicato, é importante que os funcionários e policiais da delegacia não entrem mais em contato com o prédio. "É um descaso com os profissionais, estão colocando a própria saúde em risco, por isso somos tão rígidos em pedir a interdição total", fala Silva.

Contágio

Conforme o portal do Ministério da Saúde, a tuberculose é Doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
A transmissão da doença se dá de forma direta, de pessoa a pessoa, principalmente por via respiratória. "A aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença", alerta o portal do Ministério.

Governo e TJ

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, Tribunal de Justiça e Secretaria de Segurança Pública, para comentarem o caso, mas ainda não recebeu retorno.


FONTE: O DIÁRIO

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