segunda-feira, 23 de maio de 2011

COMO ESTÁ A "EDUCAÇÃO" EM SARANDI HOJE?

É difícil de imaginar como Sarandi situada numa dos pólos mais estratégicos do Estado do Paraná, o Norte Central, com uma das menores áreas territoriais (103 km2), detendo a 22ª Posição em População, agraciada com um solo altamente fértil (massapê) com filhos e filhas ordeiros e trabalhadores ficar para trás em matéria de progresso como um todo.

Além dos mais, é inaceitável termos um PIB ( 218 milhões/ano) que mais cresce e uma arrecadação bruta em mais de R$ 100 milhões brutos/ano (SIAF) e um Orçamento Municipal na ordem média de R$ 80 milhões, se investimos, pasmem, apenas 0,06% desses recursos.

Sem esquecer do menor índice de terrenos acidentados e outras intempéries de ordem física e geológica contemplados por Sarandi, diante de tudo isso é inadmissível amargar tamanho atraso social, econômico, político e estratégico no interior da pujante Região Metropolitana de Maringá.
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Será falta de políticos ou de políticas públicas com foco no desenvolvimento integrado “desintegrando” as mentalidades subservientes e esquálidas de “alguns” governantes despreocupados com o nosso futuro, porém apenas concentrados com o “seu” amanhã?

Veja só o contraste. Sarandi em 2008 detinha cerca de 1.260 empresas empregando, aproximadamente, 6.000 pessoas. Hoje, existem mais de 2300, empregando mais de 9000 saradiense. Entretanto, a maioria destas empresas tem Dois funcionários recebendo em média Dois salários mínimos, ainda assim contemos 25% das famílias em condições de “pobreza” segundo o CadÚnico 2010.

Além do mais, toda nossa “carga de salários” (R$ 3,3 Milhões/mês) privados está direcionada ao consumo interno. Enquanto só de Impostos gerados em Sarandi ultrapassam os R$ 85 milhões de acordo o Impostômetro em 2010.

Noutra ponta, em Sarandi, segundo levantamento do Departamento de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal, a “Rede Municipal de Servidores”, compõe-se, algo próximo de 1800 Funcionários efetivos e 100 cargos em comissão (CCs).

Entre eles, repartem uma massa salarial em torno de R$ 2,0 milhões, com salário médio de R$ 1052,00/servidor. Daí se somados aos Cargos em Comissão (CCs - R$ 130 mil) perfaz-se um salário médio de R$ 1300,00/CCs (em média) chegando, é claro, a “CC” ganhar mais de R$ 4 mil mensais.

No entanto, se somarmos a Folha de Pagamento da Prefeitura, na ordem de R$ 2,2 Milhões, mais os R$ 3,3 milhões das Empresas sarandienses, geramos algo em torno de R$ 5,5 milhões de “massa salarial” por mês, ou seja, 10 vezes maior que Paiçandu.

Neste cenário, há ou não há algo “nebuloso” ou “encabuloso” de não vermos nossa Sarandi prosperar com tamanha “capacidade instalada”, porém ociosa em matéria de capital estratégico provocada por nossa classe gestora?

Assim, diante destes “dados” estratégicos, por que será tão difícil pensar no “... nós podemos” por estas terras? E quanto surge algum “herói” ou “heróis” na defesa desta causa justa e coletiva, torna-se mais bombardeado do que Pearl Habor por kamikazes nipônicos. É lamentável, mas é real.

Só para se ter uma noção do quanto poderíamos estar mais “adiantados” em matéria de construção de um futuro sólido conquistado através de um planejamento estratégico, bastaríamos uma breve reanalise sobre a evolução orçamentária de algumas políticas públicas para retirarmos algumas explicações destes famigerados “gargalos” impedidor deste futuro sufocado.

Neste primeiro momento para não se alongar demais, vamos avaliar a política pública base – A Educação. Vamos lá. É do saber popular ser a “Educação” o portal de entrada do excluído de sonhos e ideais para algo possível, palpável e incluidor.

Entretanto, como educar uma cidadania com dignidade, se os próprios educadores se desmotivam e desmobilizam “arrochados” por um menor salário regional. Assim, não há compromisso social que vença as barreiras da autolimitação da dignidade.

A Secretaria de Educação percebe o menor salário médio liquido, um montante de R$ 854,00 por professor, valor esse 53% abaixo do Gabinete do Prefeito e, pasmem, 77% menor do que o recebido pela Secretaria de Planejamento conforme Tabela abaixo.

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Fonte: Recursos Humanos - RH/Maio/2010

Não é a toa estarmos percebendo um grande número de “desligamentos/demissões” de professores, bem como o alto índice de desmotivação interna de conduzir os trabalhos intra classes.

Isto é confirmado com “números”, segundo o Quadro abaixo, a Educação sua evolução no número de servidores/Professores na rede cresceu em quantidade saindo de 2006 com 480, para em 2010 com 967, ou seja, um “salto” de 49,63%.

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Entretanto, seu salário médio “achatou-se” e se estacionou em R$ 854, considerado o menor em relação ao salário médio (R$ 1.051,00) dos servidores municipais.

Isto contraria a “lógica da matemática” orçamentária, pois se os “gastos” com Educação “pulou” de R$ 12,5 milhões em 2006 para os atuais R$ 19,6 milhões (2º Quad. - Audiência pública prestação de contas da gestão fiscal 2010) crescendo 66,37% por que a remuneração desta não acompanhou, nem de perto, esta trajetória?

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Fonte: Secretaria de Fazenda/2010

Assim, como rever a “qualidade” destes gastos a ser revertido na educação e profissionalização dos nossos jovens e adultos se o principal “condutor”, o professor, está a um passo de sua exclusão profissional, enquanto trabalhador?

Portanto, será preciso no curto prazo readequar as estratégias de ações orçamentárias na administração pública local no sentido de preparar os “terrenos” da prosperidade fazendo justiça ao lema “transparência e trabalho” se não manteremos na mesmice excludente e renegadora deste futuro de inclusão com justiça social.

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